sábado, 17 de janeiro de 2009

Papel do cuidador (formal e informal) no idoso dependente

Papel do cuidador (formal e informal) no idoso dependente

Um membro da família ao desencadear um processo de dependência altera a dinâmica familiar. À medida que a pessoa vai desenvolvendo a doença, há uma mudança de papéis nos membros da família. A decisão de assumir os cuidados é consciente, e, embora a designação do cuidador seja informal e decorrente de uma dinâmica, o processo parece obedecer a certas regras reflectidas em quatro factores: parentesco, com maior frequência para os cônjuges, antecedendo sempre a presença de algum filho; género, com predominância da mulher; proximidade física, considerando quem vive com a pessoa que requer cuidados; e proximidade afectiva, destacando a relação conjugal e a relação entre pais e filhos. Em geral, são as mulheres que assumem o papel de cuidador, e esse papel é visto como natural, pois está inscrito socialmente no papel de mãe. Cuidar dos familiares idosos, portanto, é mais um dos papéis que a mulher assume na esfera doméstica. Nesse contexto, surge outra variável significativa: a faixa etária dos cuidadores que pertencem, frequentemente, à mesma geração dos doentes. São "idosos jovens independentes" cuidando de "idosos dependentes".

A família predomina como suporte informal aos idosos. É preciso destacar que, embora o cuidado familiar seja um aspecto importante, ele não se aplica a todos os idosos. Este tipo de cuidadores apresentam necessidades que vão desde os aspectos materiais até os emocionais, passando pela necessidade de informações. O aspecto material inclui recursos financeiros, questões de moradia, transporte e acesso a serviços de saúde. Por outro lado, essa família-cuidadora necessita de informação sobre como realizar os cuidados, incluindo a adaptação do ambiente ao idoso. Além disso, é importante o suporte emocional e uma rede de cuidados que ligue a família aos serviços de apoio e meios que garantam qualidade de vida aos cuidadores principais. A sobrecarga física, emocional e sócio-económica do cuidador de um familiar é imensa, não se devendo esperar que os cuidados sejam entendidos e executados correctamente sem que os responsáveis pelo idoso sejam orientados. Seria fundamental que os profissionais de saúde treinassem o cuidador e o supervisionassem na execução das actividades assistenciais necessárias ao quotidiano do idoso até que a família se sentisse segura para assumi-las. A família deve ser preparada também para lidar com os sentimentos de culpa, frustração, raiva, depressão e outros sentimentos que acompanham essa responsabilidades.



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